sábado, 4 de maio de 2019

Troque djá:A culpa é do técnico!

Depois de assistir deitado a uns vídeos no YouTube no meu celular,certo dia,levantei da cama e fui para a geladeira pegar um copo d'água. Afinal, o calor que fazia,típico do Rio, era um verdadeiro teste para as profundezas do Inferno. Enquanto passava a água da garrafa para o copo,pensei por alguns instantes no que um conhecido meu tinha dito numa mensagem alguns minutos  antes e que o povo do futebol costuma muito dizer:--Goleiro é uma posição ingrata!...

E é mesmo. Falha de goleiro,quando acontece,dá muito na cara(Sai daí,frangueiro filho da puta!).
Mais até que a de centroavante quando perde um gol quase feito dentro da pequena área.

Mas há uma outra,ainda mais ingrata:é exatamente aquela que fica pulando e gritando à beira do campo e orientando(ou tentando orientar) o time.

A barra de direção quebrou , um prego furou o pneu e o acidente aconteceu,mas o motorista é que foi de todo um safado,puto,imbecil,canalha.
A culpa quase nunca é das estrelas,nem daquelas que fazem corpo mole para derrubar treinador só porque os santos não bateram. Nem é,tampouco, de certas diretorias incompetentes e intocáveis que contraem dívidas--vou parar por aqui para não chamar o 190 e o Balanço Geral--e deixam os clubes ao ponto de ficarem sem sequer poder fazer brilhar à luz do sol suas pratas da casa por um pouco mais de tempo(muito menos poder contratar peças um pouco melhores),fazendo os treinadores terem de tirar leite de pedra.Enquanto isso, certos torcedores  tiram leite das picas de jogadores e diretores ineficientes,seja por amizade, por uma grana boa,por outra vantagenzinha qualquer e/ou simplesmente por uma cegueira que,(d)escrita,renderia bem mais do que um ensaio.

Não sou treinador e nem tenho vocação ou vontade de ser; muito menos acho que eles sejam totalmente vítimas nessa história. Há treinadores que fazem e fizeram,de fato,um péssimo trabalho--se não existisse nenhuma pessoa vendo,penso até que  a grama do estádio tranqüilamente lhes serviria de almoço ou jantar.
Existem aqueles que se deixam levar pelas pressões olhudas de certos empresários e diretores; fazem escalações e substituições que nem Freud(aliás,só o Senhor na Sua Onisciência) poderia explicar.

Torcedor,em qualquer lugar do mundo,é passional(e são exatamente as paixões--nem sempre ordenadas--que movem o futebol). Torcedor brasileiro também o é,e não precisa ser nenhum Gilberto Freyre para ver isso. Só que o brasileiro,além de exagerar na paixão,é imediatista(o que é um jeito especial de ser excessivamente apaixonado.Ligue djá!,Ganhe djá!).
Não só o torcedor,mas o povo como um todo,e isso só tem piorado--não juntamos dinheiro e esperamos para comprar um carrinho,mesmo mais simples,mas nos mergulhamos em financiamentos e dívidas para comprar um carro do ano,porque é totalmente imprescindível tê-lo agora,já!

(Calma,leitor nervosinho:eu sei que existem as exceções,e que até não são tão raras como parecem ser.)

Não esperamos juntar o dinheiro necessário,nem esperamos alguns meses para o trabalho de um técnico recém-chegado(quem sabe) consolidar-se,dar bons frutos.

Alex Ferguson treinou o Manchester United por quase trinta anos(vinte e sete,de 1986 a 2013). Você imagina alguém comandando um time por tanto tempo aqui no Brasil? Nem eu!
Contudo,alguém pode alegar:--Ferguson ganhou tudo! E ganhou tudo mesmo; foi um dos técnicos mais vencedores da história.
Mas quantos dos nossos Fergusons nós não matamos e estamos matando com as pedradas da pressa feroz?

Minha mãe diria que o apressado come cru. Eu vou além:o apressado,às vezes,nem come.